DEPOIMENTOS

Depoimentos de Desencarnados


ABORTO

           

Temos aqui o atendimento de D. que quando encarnada fez vários abortos, e como nós sabemos, toda vez que transgredimos uma das Leis que regem o universo nossa consciência nos adverte. A primeira advertência é a culpa e se esse sentimento não for logo trabalhado pode se tornar um grande tormento e durar por muito tempo, podendo até se transformar numa “herança reencarnatória”, passando de uma para outra vida. Atormentada pela culpa ela vê constantemente os rostos das crianças que ela abortou e ouve o tempo todo os choros daqueles que esperavam encontrar nela a grande oportunidade de vida e regeneração sob a luz do amor materno. Percebam o quanto ela está atormentada e o pior, não querendo ouvir o que o Coordenador tão fraternalmente quer lhe mostrar. Ela já chega desesperada...

  
D: Ai que confusão! Quanto barulho! Ai! Tire isso daqui. 

Coordenador: Que a paz de Jesus possa estar no meio de nós! 
D: Ai que confusão! Eu não quero ver nada, não quero ver nada...

Coordenador: Que você possa se acalmar e aproveitar essa oportunidade que você está tendo.

D: Eu não quero.

Coordenador: Olha bem quem te trouxe até aqui para que você pudesse receber essa oportunidade.

D: A oportunidade de que? De ficar ouvindo... Eu não quero ouvir... Não quero ouvir. Mande eles pararem. Eles ficam chorando na minha cabeça. Pára!

Coordenador: Então se você tirar a mão do ouvido e começar e começar a se acalmar... Levanta a sua cabeça, vamos respirando que tudo isso vai normalizando.

D: Não quero, não quero ouvir nada.

Coordenador: Você não vai ouvir mais.

D: Está aqui dentro da minha cabeça, esse choro, esse choro...

Coordenador: Então, levanta a sua cabeça e vamos destampando os ouvidos aos poucos. Para que você possa ser auxiliada.

D: Ai! Tira isso daqui. Tira isso daqui.

Coordenador: O que te incomoda?

D: Esse monte de rosto, esse monte de choro, eu não quero ouvir.

Coordenador: Mas então? Porque esses rostos estão aparecendo para você?

D: Eu não sei, eu não sei!

Coordenador: Então vamos tentar entender. Você esta precisando de ajuda, mas você tem que se colocar em condições de ser ajudada.

D: Mas eu não pedi a ajuda de ninguém. Não tem ninguém para me ajudar aqui...

Coordenador: Não tem?

D: Não! Vocês aqui só estão querendo me atormentar...

Coordenador: Ninguém aqui está querendo te atormentar.

D: Estão sim!Eu sei que eu errei, que eu não tinha que ter feito o que eu fiz...

Coordenador: Ninguém está te julgando, ninguém está te culpando de nada.
D:Estão sim! Porque eu estou ouvindo um monte de choro, esse monte de criança... Tira isso de mim!
Coordenador: Mas não somos nós!

D: Tire isso daqui, eu não aguento mais esse choro na minha cabeça.

Coordenador: Então, vai ser tirado. Olha só vamos levantando a cabeça...

D: Não põe a mão em mim, não põe a mão em mim!

Coordenador: Para que você possa aos poucos se harmonizando e receber o que você necessita.

D: O que você quer? O que você quer?

Coordenador: O que nós queremos é te ajudar.

D: Esse monte de criança chorando na minha cabeça...

Coordenador: Isso tudo vai passar. É só você levantar, levanta o seu rosto.

D: Ai meu Deus... Ai meu Deus!

Coordenador: Levanta o seu rosto. Levanta. Aos poucos... E olha quem te trouxe até aqui, está do seu lado aí. Vê se você reconhece quem te trouxe até aqui.

D: Eu estou cansada. Eu estou cansada disso tudo. 

Coordenador: Então, está sendo dada a oportunidade para que você possa sair dessa situação, dessa condição que você se encontra. Mas você tem que se permitir.

D: A minha cabeça está doendo esse monte de choro de criança...

Coordenador: Vai passar. Já está passando.

D: Ai! (Ufa!) Eu estou cansada.

Coordenador: Vamos destampar os ouvidos?

D: Eu estou cansada...

Coordenador: Então, vai passar todo esse cansaço.

D: A minha cabeça está doendo.

Coordenador: Vai diminuir também. Tudo isso vai passar. Mas você precisa permitir que isso aconteça. Vamos tirando as mãos dos ouvidos, levantando um pouco mais a sua cabeça para que a gente possa fazer um exercício de respiração, aonde você vai se harmonizando e vai recebendo tudo aquilo que você ta precisando. Vamos? (enquanto foi dito esse último parágrafo a Companheira ia negando tudo, ela não queria ouvir nada disso).

D: Eu não quero. Não quero...

Coordenador: Aos poucos. Vamos?

D: Ai! Me deixa.

Coordenador: Já não melhorou? É só você reparar que está melhorando.

D: Minha cabeça está doendo...

Coordenador: Mas vai diminuir a sua dor. Por isso eu estou falando, vamos levantando a cabeça, respirando, tirando as mãos dos ouvidos, você vai começar a fazer a troca desse ar e é isso que vai te beneficiar. Vamos lá?

D: Está pesada a minha cabeça...

Coordenador: Vai ficar leve.

D: Está muito pesada. (nessa altura ela está muito triste)

Coordenador: Enquanto você ficar com ela pendurada, esse peso vai fazer com que ela doa mais ainda.

D: Eu não tenho força para levantar...

Coordenador: Vamos?

D: Eu não consigo...

Coordenador: Consegue. Posso te ajudar?

D: Não.

Coordenador: Posso?

D: Não! Não quero! Não quero ninguém me ajudando. Você vai fazer como os outros... Vai me ajudar, vai me ajudar... Colocando esse monte de criança chorando perto de mim.

Coordenador: Não vou!

D: Quem me garante? Estou cansada...

Coordenador: Dá oportunidade que você vai ver...

D: Já cansei de dar...

Coordenador: Acredite mais uma vez...

D: Não. Acreditar para quê? Para me baterem? Para fazer eu sentir dor?

Coordenador: Se fosse para fazer você sentir dor, se fosse para você ouvir mais gritos a gente não teria te acalmado.

D: Não foram vocês quem me acalmaram.

Coordenador: Quem te acalmou?

D: Fui eu.

Coordenador: Foi você? Então ta bom. Então agora deixa a gente te ajudar.

D: Não. Isso é conversa. Ninguém ta me ajudando em nada.

Coordenador: Então vai tentando fazer esse exercício que eu te falei pra ver se te ajuda.

D: Eu já falei todos os meus pecados, tudo o que eu fiz...

Coordenador: Vê, vê agora se agora você consegue... Olha aí o que está entrando por seus poros e olha o que está saindo, olha essa troca que está sendo feita! Você está ficando mais leve...

D: Porque você está me fazendo lembrar essas coisas...

Coordenador: Você está ficando mais leve...

D: Eu não quero me lembrar de nada.

Coordenador: Aos poucos você vai começar a esquecer.

D: Eu quero morrer... Eu quero parar de pensar nisso...

Coordenador: No momento você vai receber o esquecimento para que você possa receber essa ajuda. E no momento em que você estiver mais preparada, com certeza, você poderá resolver essas questões.

D: Eu estou cansada. O que vocês querem? A minha confissão? Eu já confessei, eu já cansei de falar, foram mais de 40 sim, foram mais de 50. Fiz, fiz mesmo... E agora?

Coordenador: Hoje você não faz mais, vamos pensar no hoje!

D: Eu estou cansada...

Coordenador: Vamos pensar no agora

D: Eu era obrigada, só que ninguém vê isso. Todo mundo fica me acusando sem saber das coisas.

Coordenador: Mas nós aqui não estamos te acusando.

D: Não, não estão não! Estão aqui todos, todos me olhando me achando culpada!

Coordenador: Olha só, olha aqui, para nós que fizemos a proposta de te ajudar...

D: Eu não quero olhar pra vocês, eu não quero pra ninguém. Eu quero parar de ouvir isso... Eles falaram para mim que se eu fizesse, eles iam devolver o meu filho, aí eu fazia, só que eles nunca devolveram meu filho. Aí agora eu to aqui, presa aqui. Eu tentei me matar, só que eu não consegui porque to presa aqui. Que inferno! Nem morrer eu consegui!

Coordenador: Pensa na oportunidade que você pode ter de cuidar deles agora.

D: Não quero cuidar de ninguém...

Coordenador: Não quer mais?

D: Eu não quero nada, eu quero sair daqui.

Coordenador: Olha só a oportunidade que você pode ter de novo de estar com eles.

D: Eles ficam aqui olhando pra mim (...)

Coordenador: Não, não! Se você mudar os seus sentimentos, se você abrir o seu coração, com a intenção de realmente vir a cuidar deles e de tratar deles e fazer tudo que você não pode fazer, eles também vão te entender, mas depende de você.

D: Eles falaram pra mim que iam cuidar do meu filho, se eu fizesse algumas coisas. (...) porque a gente não tinha pra onde ir. Aí eu fui, quando cheguei lá eu não sabia que era pra fazer aquilo, quando eu vi, eu já estava dentro da sala e aquelas moças grávidas... Eu tinha que fazer porque eles me ameaçavam, ou eu fazia ou eles iam matar o meu bebê. E eu fazia todos os dias.

Coordenador: Agora você tem a oportunidade de fazer diferente!

D: E eles nunca me devolveram meu neném e quando não tinham mais pra fazer eles me prenderam, foi quando eu soube que eles tinham vendido meu bebê... Aí eu tentei me matar, eu tentei me enforcar, mas eu não morri porque eu estou aqui... Ai que saco! Que droga de vida!

Coordenador: Olha só, se você olhar com carinho para todos esses que indiretamente você prejudicou em algum momento, aos poucos você vai conquistando a confiança deles.

D: O meu pescoço doe, aqui doe, doe muito!

Coordenador: Você quer ver seu filho?

D: É o que eu sempre quis, meu bebê. Eu fiz tudo isso por causa dele, porque eu queria ele. Eles me roubaram meu bebê.

Coordenador: Então olha só, vamos conversar. Você terá oportunidade de ver seu bebê, e de ir até onde ele está se você quiser, mas é necessário que você mude os seus pensamentos, os seus sentimentos. Vamos aproveitar essa oportunidade de rever esse seu ente querido e junto todos esses outros. Vamos?

D: O meu pescoço está doendo.

Coordenador: Vai passar, tira a mão dele que a gente vai cuidar, tira! A gente já tava tratando dele, tira a mão dele. Vamos fazer uma prece para que você possa se acalmar, acalmar o seu coração de mãe. “Mestre Jesus, faça com que essa nossa irmã se coloque a disposição para ser auxiliada, para ser intuída, orientada, que ela possa receber tudo aquilo que ela veio buscar na noite de hoje, acalme os seus sentimentos, serene o seu coração, para que possa organizar os seus pensamentos e renová-los assim a todo instante no bem. Que ela possa aqui ir se harmonizando se equilibrando para que ela possa se reencontrar seu ente querido e que junto com ela irá ajudar esses outros irmãos que em algum momento foram prejudicados, foram lesados de alguma maneira, mas fortaleça essa nossa irmã, encha-a de coragem e confiança, de esperança no seu coração, para que ela possa vencer mais uma etapa que a ela foi dada, que a nossa irmã possa a partir desse momento se sentir bem melhor do que quando aqui chegou. Que suas dores possam ser amenizadas, que seus sofrimentos possam ser abrandados. Obrigada Senhor, muito obrigada por mais esta oportunidade.”



            _____________________________

Sr. A.

            Este senhor estava se escondendo em uma mata, onde ficou preso após se suicidar, ficou preso às mesmas sensações de medo e fuga de seus algozes, ele os via o tempo todo em seu encalço. Foi trazido pelo Grupo Resgate da Esperança e nem percebeu que já estava livre de sua prisão mental de tão atormentado estava. Ele estava muito preocupado com a situação de que, se os seus algozes chegassem, poderiam levar o coordenador também. Este por sua vez, tenta de algumas formas auxilia-lo para que visse que tudo já havia se acabado, mas infelizmente A. ainda não queria ver...

Coordenador: Boa noite! Seja bem vindo!
            Sr. A.: Nossa eu to muito tonto! Tonto, tonto... “Viche” Maria! O quê que eu to fazendo aqui? Eles vão me pegar... Ah! Meu Deus, Virgem Santíssima eu tenho que correr... E essa dor... “Ô xente”! Você também tem que ir moça, você não pode ficar aqui não!*
            Coordenador: Posso! Eu estou aqui para te ajudar.
            Sr. A.: Eles vão pegar você também.
            Coordenador: Não vão não...
            Sr. A.: Ai! Que dor...
            Coordenador: Respira fundo que essa dor vai passando e a tonteira também.
            Sr. A.: Eu to suando, preciso tirar esse casaco, que dor!
            Coordenador: Respira bem fundo, de vagarinho que a dor vai passar e a tonteira vai melhorar...
            Sr. A.: Dona! Fala baixo, se não eles vão ouvir a gente aqui no meio desse mato, Dona! E eles vão pegar a gente. Eles vão chegar a qualquer momento e vão querer me matar!
            Coordenador: Olha pra mim.
            Sr. A.: Virgem Santíssima, meu Deus o quê que aconteceu?
            Coordenador: Olha pra mim.
            Sr. A.: Ó meu Pai da misericórdia!
            Coordenador: Você consegue me ver?
            Sr. A.: É claro que to vendo a senhora moça!
            Coordenador: Abra bem os seus olhos e veja bem onde você ta.
            Sr. A.: Nossa Senhora, ta tudo confuso, ta tudo rodando!
            Coordenador: Vai passar, vai parar.
            Sr. A.: Ai! A minha mão ta suja, meu Deus do céu! Ah! Meu Pai, eles vão me achar, vão me matar, vão acabar com a minha raça, Dona! A senhora não ta me entendendo!
            Coordenador: Não, é você quem não está me entendendo e nem ta me ouvindo. Abra os seus olhos, e qual é o seu nome? Primeiro, para que possamos continuar conversando.
            Sr. A.: Não! Não posso falar meu nome pra ninguém não, Dona! Que isso!
            Coordenador: Fala baixinho só pra eu ouvir.
            Sr. A.: Não, se eles me acharem aqui eles vão me matar, meu Deus do céu! Nossa Senhora!
            Coordenador: Não vão não! Meu nome é Cris, qual o seu nome?
            Sr. A.: Para Dona! Fala baixo! Fala baixo! Xiiiiiiiuu! Que eles vão chegar a qualquer momento.
            Coordenador: Não vão.
  Sr. A.: Eu fico me escondendo, mas eles me acham Dona! Ai! Mas ta doendo de mais... Nosso Pai!
            Coordenador: Fala seu nome pra mim.
            Sr. A.: Não posso!
            Coordenador: Então esta bem. Olha só, você não está mais no meio do mato.
            Sr. A.: Dona! Para de falar Dona! Eles vão achar “nóis”, vai matar a senhora e vai matar eu... O quê que a senhora ta fazendo aqui?
            Coordenador: Vim pra te ajudar.
            Sr. A.: Ajudar o quê? O quê que a senhora pode fazer contra eles? A senhora não pode fazer nada contra eles não...
            Coordenador: Não, não! Você veio até aqui! Você não está mais no meio do mato.
            Sr. A.: Nosso Pai! Virgem Santíssima! Tá tudo rodando.
            Coordenador: Olha aonde você ta? Então nós temos que respirar fundo, para que essa tonteira passe e você possa abrir os seus olhos.
            Sr. A.: Mas to com meu olho aberto! To vendo as coisas...
            Coordenador: Voce não está conseguindo enxergar.
            Sr. A.: Eu to sim. To vendo tudo, só que ta tudo rodando e ta rodando demais e rápido, rápido ó, ó, ó rápido! Ai! Nossa Senhora!... Ai Meu Deus! Tenho que arranjar um jeito de sair daqui, eu tenho que arrumar um jeito, tenho que arrumar um jeito!
            Coordenador: Respira fundo, bem fundo.
            Sr. A.: Cadê minha bolsa, minhas coisas?
            Coordenador: Você não precisa de mais nada disso.
            Sr. A.: Que não preciso Dona? Eu preciso das minhas coisinhas sim! Porque na hora que eles chegam e vem pra cima de mim, eu pego as coisas e jogo em cima deles e saio correndo, porque se não eles vão ficar correndo atrás de mim também, eles vão me achar de novo...
            Coordenador: A partir de agora ninguém mais vai correr atrás de você. A não ser que você queira. A não ser que você deixe.
            Sr. A.: Ai como doe! Eu não quero não, e a senhora ta falando muito alto, daqui a pouco eles vão achar a gente, fala mais baixo Dona! A senhora quer ficar em cima de mim, quer fugir junto comigo, a senhora tem que falar mais baixo, xiiiuu! Eles vão pegar “nóis”. Eu achei que eu ia conseguir escapar deles, mas quando cheguei aqui, vieram atrás de mim também! Oh! Meu Pai de Deus, esses cabras da peste!
           
            Por estar muito ansioso o Sr. A. foi adormecido e retirado pelos coordenadores espirituais do trabalho e levado aos devidos tratamentos.
           
* Querendo manter a identidade do Sr. A. nós resolvemos colocar na íntegra essa comunicação com toda sua forma regional de se expressar.

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 Senhor A.C.           

            Era um sobrado todo pintado de branco mais parecia um palacete. O vidro caído, os pedaços no chão, o corpo meio desnudo, a boca envenenada e machucada como o coração, ainda se arrastava procurando no resto um pouco de lucidez, o socorro que não veio. Metade do corpo dentro e a outra para fora, o céu estava lindo, mas, a morte já estava selada. Num ato de desespero e sem demora arrebatada agora estava. Fim triste, só que eu mesmo me propus e hoje padeço da minha própria sorte. Ampara-me oh! Deus. Perdoe-me oh! Pai pelo crime cometido por cegueira e o orgulho sentido de rejeição. Hoje sinto e vejo por varias vezes seguidas o momento em que me suicidei e isso se repete há muitos séculos, e me atormenta por minha própria escolha. E o que seria de mim se não existisse Deus para me ajudar e me salvar desta dor que me assola? Quantos de nós já fomos salvos? Espero a minha vez para o repouso, para a grande hora de está pronto a seguir a vida. Que eu um dia posso obter a paz que eu achei que tramando contra mim teria.

            Deus tende piedade de nós e aguardo a minha hora. Hoje já oro e tenho visitas que me falam do verdadeiro sentindo do Amor da vida e é isso que eu quero, simples e puramente, a vida, me refazer junto com os que auxiliam.


            Obrigado pela consideração, pelo pensamento, respeito e prece.

Que Deus Pai nos seja...
Por Cristina e Valenthina

 "Brilhai a vossa luz!"
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DEPOIMENTO DE ENCARNADO:

Sobre a Eutanásia


             Nesse exato momento, quando o Congresso Nacional vota a alteração do Código Penal, discriminando, dentre outros delitos, a eutanásia, é urgente que possamos olhar essa prática nefanda com olhos de quem já viveu uma situação que poderia se enquadrar, facilmente, nos parâmetros de quem defende essa prática.
            Há muitos anos fui diagnosticada com um câncer altamente invasivo e que causa dores extremas, pois se localiza nos nervos. Eu não tinha cura pela Medicina, o que me foi dito algumas vezes por médicos especialistas em São Paulo.
            A doença chegou a um ponto em que eu estava com metástase em ambos os pulmões, não conseguia respirar sem o auxílio de oxigênio, que usava 24hs por dia. As dores eram insuportáveis, a ponto de meu oncologista me encaminhar para uma médica especialista em dor, que me prescreveu os seguintes medicamentos (além dos que eu já usava para outros fins): morfina de 30mg de 2 em 2hs, neurontin de 400mg de 8 em 8hs, diclofenaco de 6 em 6h., tramal de 4 em 4hs e mesmo assim as dores não cessavam.
            Cheguei a um ponto em que não conseguia me locomover, tive de usar fraldas. A dor física era imensa, mas a dor emocional e moral eram maiores. Ver meu marido, minha filha, minha família e amigos sofrendo tanto, embora tudo fizessem para disfarçar em minha frente. As idas constantes para o hospital onde ficava por períodos infindáveis, fazendo com que meu marido abandonasse tudo para ficar ao meu lado e minha filha ficasse com minha vizinha, sem qualquer membro da família, pois não havia ninguém com disponibilidade para ficar com ela, assim, ela perdeu a mãe e o pai por longos períodos.
            Tudo isso gerava um sentimento de cansaço para continuar lutando uma luta que até os médicos achavam que era vã.
            Confesso que o maior sofrimento era ver a dor nos olhos daqueles que amava, uma dor insuportável, pois nada podiam fazer para me arrancar daquele sofrimento todo.
            Assim, por várias vezes rezei a Deus, pedindo que Ele me levasse logo, para acabar de vez com aquela angústia, com aquela situação abominável, a fim de que eu e meus amados pudéssemos descansar. Algumas vezes fiz isso chorando, pois a dor era insuportável, e meu marido, ao me flagrar naquela oração, acariciava minha cabeça (não havia cabelos) e chorava copiosamente.
            Pois bem, Deus, entretanto, tinha outros planos, com o auxílio dos médicos espirituais houve uma reviravolta e o tratamento quimioterápico, contra todas as expectativas, surtiu efeito, e a doença foi debelada! Claro que restaram as conseqüências, por um longo tempo ainda não conseguia caminhar (até hoje é impossível caminhar por um longo trecho), fiquei muito obesa, com problemas cardíacos causados por quimioterápicos, tenho excesso de sudorese especialmente na cabeça e rosto, meu braço direito não funciona bem, perdi vários dentes em conseqüência da radioterapia e ainda sinto muitas dores.
            Mas em contrapartida:
            Resolvi dedicar minha vida para atenuar um pouquinho a dor de meu próximo. Agora, além de paciente sou voluntária no Grupo de Apoio a Pessoas com Câncer – GAPC, Unidade Volta Redonda, onde encontrei uma nova família que me traz harmonia e felicidade. Essa semana, vi se concretizar um sonho antigo: conseguimos inaugurar nossa Biblioteca, que certamente irá trazer muita alegria a muitos pacientes e seus familiares, e iniciando a implantação de um projeto de levar arte e cultura para dentro do GAPC, pois esses são alimentos para a alma.
            Resolvi fazer um blog http://jardimsecretodalaura.blogspot.com.br/, para compartilhar minhas idéias, as coisas que me fazem bem e as aulas que preparo para a Evangelização Infantil para todos. Pessoas de 29 países diferentes já acessaram meu blog!
            Passei a confeccionar algumas peças de tricô para bebês, colocando em cada ponto meu desejo que a criança que usasse aquela roupinha tivesse muita paz, amor e harmonia em sua nova jornada.
            Agora Deus me presenteou com a dádiva da vida: minha filha está grávida! Confesso que no início foi um grande susto, pois ela é adolescente e não esperávamos por isso, mas agora estou curtindo cada segundo de mais essa bênção! Eu, que lutei tanto para conseguir ver minha filha crescer recebi a dádiva de estar esperando para conhecer e conviver com meu neto (ou minha neta, ainda não sabemos!).
            É certo que não tenho a agilidade física e intelectual, nem a beleza física de antes. Mas a minha existência se tornou uma profusão de amor, alegria e paz!
            Apesar da fragilidade física, de estar impedida de exercer minha profissão devido às sequelas que ficaram, descobri que posso e estou fazendo a diferença por um mundo melhor!
            Agora, imaginem se um médico, condoído com minhas dores atrozes, com o desespero de minha família e com meu pedido de que Deus me levasse logo tivesse resolvido me “ajudar”, dando-me um fim digno e acabando com minha dor?
            Por favor, me ajudem a divulgar minha história, quando eu pedia para Deus me levar realmente não estava em minha perfeita capacidade. O sofrimento atroz meu e de meus entes mais queridos como que “embotou” meu psiquismo.
            Acreditem, só Deus sabe quando é efetivamente a hora de partimos para a Pátria verdadeira.
            Quando um paciente terminal diz “não aguento mais, estou cansado” ele realmente está, mas dentro, lá dentro, ele ainda tem a esperança de voltar à vida!
            Espalhem minha história, lutem pela Vida, ajudem-me a fazer essa realidade chegar junto àqueles que possuem o poder para parar com essa insanidade:

DIGAM NÃO Á EUTANÁSIA!

Paz e Luz!
Laura




DEPOIMENTO DE DESENCARNADO:
  
    Te oferecemos esse depoimento colhido de um coração já cansado de sofrer, para lhe despertar a visão sobre a vida e o que fazemos dela, e para mostrar que a terra é o lugar certo pra resolvermos nossos problemas. O suicídio apenas tranfere os problemas... de lugar!


   “Porque quando jovens fazemos tantas bobagens? Ainda vejo o meu corpo em chamas e as mãos ressequidas, o cheiro da carne queimando, quando na verdade não encontro motivo algum que justifique o que fiz. Todos ali éramos amigos, mas eu tinha que mostrar minha masculinidade, a minha “macheza” quando duvidaram de mim. A gasolina no corpo a garrafa de bebida em uma mão e o isqueiro na outra, foi quando me pediram a prova e eu provei, ateando fogo em mim mesmo. 
   Era o filho mais velho de um casal centrado que tinham cinco filhos, minha irmãzinha, com era linda! Como éramos felizes! Mas algo me faltava, mesmo tendo casa, comida, estudo, namorada... eu queria mais e mais... Nunca satisfeito comigo e com o que tinha.
   Não desenlacei de imediato, foram as complicações que me acometeram. Fiquei como uma bolha enorme e deformado. As minhas mãos não tinham os dedos, eram só a palma. Cabelo, nariz, pescoço, tudo como uma massa disforme. O que eu fiz a mim mesmo? Minha mãe dizendo: “J., porque meu lindo filho?!” Ela ainda via beleza em mim. Até que pra cá eu vim e sofri muito! 
   Um senhor junto a uma mocinha com flores na cabeça e uma senhora negra me trouxeram pra cá, onde estou há alguns dias. Incrível é que a mocinha ‘flor’ me disse que a minha mão era perfeita e eu dizia que não! Mas depois que acordei vi todos os meus dedos! Acho que os meus cabelos também estão aqui! Que insensato fui! Deus nos diz para respeitarmos a vida, e eu brinquei com a minha! 
   Quantos fiz sofrer por uma brincadeira de prova! Mãe, pai, irmãos e irmãzinha, namorada e amigos... Hoje só quero me desculpar e entender por que não morri e estou aqui falando de mim para vocês, nessa casa de luz! Com pessoas tão amorosas e dedicadas! Obrigado tenho que ir agora.”
J.
J. nós do Grupo Resgate da Esperança ficamos muito felizes com sua ajuda e depoimento, te desejamos muita fé, forças e esperança para seguir o caminho da vida eterna!! Obrigado meu amigo!
 "Brilhai a vossa luz..."

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